A deteção da infiltração reduziu drasticamente os volumes a bombear e tratar

Os resultados incluem a infiltração de tempo seco e a determinação de relações precipitação/ caudal indevido, por bacia, permitindo a previsão da sua resposta a eventos de precipitação, com vantagens para a gestão do tratamento, e para o seu planeamento de longo prazo.

A capacidade única de integrar e contabilizar automaticamente dados de faturação em cada bacia permite uma validação cruzada do caudal de rejeição legítimo, e calibração fiável das restantes componentes. Os indicadores por unidade de comprimento de rede, por área de bacia, per capita, ou % do total permitem à EG uma priorização fatual dos pontos críticos, a quantificação do problema e a avaliação dos ganhos que vai progressivamente conquistando.  

Neste caso em particular, a entidade gestora focou-se em particular no indicador de ‘Q indevido/metro de coletor’, priorizando bacias para monitorização adicional temporária (step-tests), inspeções CCTV e testes de fumo, e finalmente a reabilitação proativa. Uma origem de caudal indevido, recentemente detetada pelo software e localizada no terreno, era sozinha responsável por cerca de 630 m3/h adicionais.

Os volumes monitorados no software apontam para um caudal de infiltração médio anual de 5,350 m3/h. Aplicando custos médios de tratamento, este valor de infiltração representa cerca de €12 milhões anuais em ineficiência neste sistema. A atual abordagem orientada da EG, a monitorização rigorosa de caudais, o programa de renovação de rede e a priorização multi-critério que o software possibilita, têm permitido reduzir essa ineficiência em cerca de 5-10%/ano, o que corresponde a poupanças substanciais que libertam recursos para outras ações. Mantendo essa taxa de sucesso nos próximos 3 anos, tal resultará numa redução anual de custo superior a €2 milhões.

O caudal que chega às três ETAR do sistema será também reduzido, facto igualmente crucial: a capacidade de tratamento existente aproxima-se atualmente do limite, o que tinha já levado à preparação de novos projetos de investimento (ETAR e rede), dadas as projeções de significativo crescimento da população servida: a expectativa é de que a população atendida cresça 20% até 2030, ou seja, um crescimento anual de 2% no caudal de saneamento.

A ausência de uma solução como a descrita neste caso resultaria em decisões de investimento sub-ótimas, a uma escala que realça o claro retorno de investimento da atual abordagem.